quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um acalanto para Nana

Foto: Paulo Liebert/AE

Às vésperas de completar 70 anos, cantora ganha filme em sua homenagem, dirigido pelo francês Georges Gachot, que entra em cartaz amanhã

De todas as músicas que Nana Caymmi interpretou ao longo da carreira, ela guarda especial carinho por uma - Acalanto. Não por acaso. Bebê indócil ("Tenho o sono difícil até hoje", diz), motivou o pai, o grande Dorival Caymmi, a compor essa singela canção de ninar. Dorival, com sua voz poderosa, cantava baixinho junto ao berço para que a criança conciliasse o sono. "Eu tinha seis meses quando ele fez Acalanto, depois gravamos juntos quando eu era adolescente, e canto com emoção até hoje", diz Nana, lembrando também que ganhou esse apelido em razão da música (o nome de registro é Dinahir Tostes Caymmi). Prestes a completar 70 anos de vida, dia 29, ela recebe agora outro presente, o filme Nana Caymmi em Rio Sonata, do francês Georges Gachot, que estreia amanhã.
"Eu tinha sugerido a eles que o filme se chamasse Acalanto, mas como haverá lançamento no exterior, acharam que o título não faria muito sentido para o público estrangeiro e preferiram o outro", diz a cantora em conversa com o Estado.
Títulos à parte, Nana parece satisfeitíssima com o filme. "Não é sobre a minha vida, é sobre a minha sensibilidade musical", diz. De fato, se Rio Sonata apresenta traços da biografia, concentra-se mais sobre o ato de cantar. Como se admitisse que a voz é mesmo o maior depoimento que uma cantora pode dar sobre si mesma, Gachot não interrompe os números musicais e deixa que a arte fale por si mesma. Melhor: deixa que cante. 
Fonte: Luiz Zanin Oricchio - O Estado de S.Paulo

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