Foto: Paulo Liebert/AE ![]() |
Às vésperas de completar 70 anos, cantora ganha filme em sua homenagem, dirigido pelo francês Georges Gachot, que entra em cartaz amanhã |
De todas as músicas que Nana Caymmi interpretou ao longo da carreira, ela guarda especial carinho por uma - Acalanto. Não por acaso. Bebê indócil ("Tenho o sono difícil até hoje", diz), motivou o pai, o grande Dorival Caymmi, a compor essa singela canção de ninar. Dorival, com sua voz poderosa, cantava baixinho junto ao berço para que a criança conciliasse o sono. "Eu tinha seis meses quando ele fez Acalanto, depois gravamos juntos quando eu era adolescente, e canto com emoção até hoje", diz Nana, lembrando também que ganhou esse apelido em razão da música (o nome de registro é Dinahir Tostes Caymmi). Prestes a completar 70 anos de vida, dia 29, ela recebe agora outro presente, o filme Nana Caymmi em Rio Sonata, do francês Georges Gachot, que estreia amanhã.
"Eu tinha sugerido a eles que o filme se chamasse Acalanto, mas como haverá lançamento no exterior, acharam que o título não faria muito sentido para o público estrangeiro e preferiram o outro", diz a cantora em conversa com o Estado.
Títulos à parte, Nana parece satisfeitíssima com o filme. "Não é sobre a minha vida, é sobre a minha sensibilidade musical", diz. De fato, se Rio Sonata apresenta traços da biografia, concentra-se mais sobre o ato de cantar. Como se admitisse que a voz é mesmo o maior depoimento que uma cantora pode dar sobre si mesma, Gachot não interrompe os números musicais e deixa que a arte fale por si mesma. Melhor: deixa que cante.
Fonte: Luiz Zanin Oricchio - O Estado de S.Paulo
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